domingo, 23 de setembro de 2012

LUSITÂNIA - LUSITANIA - LUSITANIA

De forma a representarmos e enquadrarmos a LUSITÂNIA, sobre uma imagem da Península Ibérica de satélite da NASA (domínio público), representámos as Províncias e importantes Cidades Romanas, com a data da sua fundação ou conquista.
Complementarmente, sobre um mapa da Lusitânia na Península Ibérica (http://www.eb1-taipa.rcts.pt/primeirospovos.htm), explicitámos as designações dos rios e a designação Romana das cidades.
Finalmente, apresentamos o mapa de Andrei Nacu «Roman Empire 125 a.C.» (Wikipedia - domínio público), com localizações de minas de ouro (Au) e de prata (Ag), abundantes na Península, nomeadamente na Lusitânia, e de vias romanas.
A Lusitânia era delimitada a Norte pelo Rio Douro, a Oeste e a Sul pelo Oceano Atlântico e a Leste por um território para além o Rio Guadiana e numa linha Sul-Norte que atravessava esse rio´e o Rio Tejo e terminava no Rio Douro junto a Zamora. E foi precisamente em Zamora que o Reino de Leão reconheceu por Tratado, o Reino de Portugal em 5 de Outubro de 1143 depois de Cristo.
Podemos aqui ver uma magnífica fotografia da cidade, banhada pelo Rio Douro.

http://rubencalvoruizinformationsystems.blogspot.pt/2010/10/zamora-my-town.html

A cidade tem uma estátua do escultor Eduardo Barrón (1883) de homenagem ao grande Líder Lusitano Viriato - VIRIATHUS
File:Viriato.JPG
Diodorus Silicus na sua obra «Bibliotheca Historica», escrita até 30 antes de Cristo, referiu-se a Viriato e aos Lusitanos da seguinte forma:
«Enquanto ele comandava foi mais amado do que alguma vez alguém foi antes dele.» «Os mais valentes entre os cimbros são os conhecidos como Lusitanos».

Appianus Alexandrinus disse-nos na sua obra «Romanarum Historiarum» concluída antes de 165 depois de Cristo, traduzida para inglês:

«Emulating the example of Viriathus, many other guerilla bands made incursions into Lusitania and ravaged it. Sextus Junius Brutus, who was sent against them, despaired of following them through the extensive country bounded by the navigable rivers Tagus, Lethe, Durius, and Baetis, because he considered it extremely difficult to overtake them while flying from place to place after the manner of robbers, and yet disgraceful not to do so, and a task not very glorious even if he should conquer them. He therefore turned against their towns, thinking that thus he should take vengeance on them, and at the same time secure a quantity of plunder for his army, and that the robbers would scatter, each to his own place, when their homes were threatened. With this design he began destroying everything that came in his way. Here he found the women fighting and perishing in company with the men with such bravery that they uttered no cry even in the midst of slaughter. Some of the inhabitants fled to the mountains with what they could carry, and to these, when they asked pardon, Brutus granted it, taking their goods as a fine.»
«So great was the longing for Viriathus after his death - a man who had the highest qualities of a commander as reckoned among barbarians, always foremost in facing danger and most exact in dividing the spoils. He never consented to take the lion's share, even when friends begged him to, but whatever he got he divided among the bravest. Thus it came about (a most difficult task and one never before achieved by any other commander so easily) that in the eight years of this war, in an army composed of various tribes, there never was any sedition, the soldiers were always obedient and fearless in the presence of danger

Viriato liderou os Lusitanos entre 147 a.C. e 138 a.C. no combate aos Romanos, obtendo importantes vitórias sobre os mesmos, bem como a sua admiração, sendo a sua derrota apenas conseguida por traição de lusitanos da sua confiança, comprados pelos Romanos. As suas qualidades de liderança contrastam com os actuais líderes políticos e a traição de que foi vítima, lembra as contínuas traições cometidas em relação à Nação Portuguesa e às suas valorosas Pessoas por agentes com poder, ao longo de muitos séculos.

Tal como outras Nações Latinas (de Itália, de França, de Espanha, da Roménia, ...) a Nação Luso-Portuguesa beneficiou da integração plena no Império Romano durante cerca de V séculos, que lhe deu uma  identidade Luso-Latina de cariz marítimo, aberta ao exterior, à realidade (flexibilidade, adaptabilidade, improvisação) e à Universalidade. A musicalidade do seu Ser é mais influenciada pelo Jazz do que pela «Música Clássica», com uma forte acentuação da sua especificidade, o Fado, o «Fatum» latino, o destino, cheio de Saudade, significante Português e Galego de profundo significado, cuja tradução para outras línguas implica a utilização de vários significantes (por exemplo no Inglês, «Longing», «Missing», ...), com excepção do Romeno com o seu significante «Dor». A Saudade foi beber ao Latim SOLITUDE (solidão) e SALUTATIONE (saudação) e expressa um profundo sentimento e emoção ligados à distância em relação à Pessoa, Família ou Pátria Amada, numa intensa ausência presente, com esperança numa futura presença presente, aqui representada pelo pintor Almeida Júnior em 1899, na sua obra «Saudade»:
Ficheiro:Almeida Júnior - Saudade, 1899.jpg


Vamos ao baú da Pessoa chamada Fernando, buscar mais alguns poemas:

«MAR PORTUGUÊS»

«Ó mar salgado, quanto do teu sal
São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!

Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!
Valeu a pena? Tudo vale a pena
Se a alma não é pequena.

Quem quere passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.»



«SONHO SAUDADE»
 

«Estou só e sonho saudade.
E como é branca de graça
A paisagem que não sei,
Vista de trás da vidraça
Do lar que nunca terei!»



«O AMOR QUANDO SE REVELA»


«O amor, quando se revela, 

Não se sabe revelar.
Sabe bem olhar p'ra ela,
Mas não lhe sabe falar.

Quem quer dizer o que sente
Não sabe o que há de *dizer.
Fala: parece que mente
Cala: parece esquecer

Ah, mas se ela adivinhasse,
Se pudesse ouvir o olhar,
E se um olhar lhe bastasse
Pr'a saber que a estão a amar!

Mas quem sente muito, cala;
Quem quer dizer quanto sente
Fica sem alma nem fala,
Fica só, inteiramente!

Mas se isto puder contar-lhe
O que não lhe ouso contar,
Já não terei que falar-lhe
Porque lhe estou a falar.»



Vamos à poesia e musica sem fim
de Vinicius e de António Carlos Jobim,
Vamos à «Bossa Nova» enfim,
na voz de Elizeth Cardoso
e do Gilberto saudoso
de nome João
Vamos buscar esta canção
através do seu violão
e saudar o coração: 

«CHEGA DE SAUDADE» - 1958 (http://www.youtube.com/watch?v=rZ13bQvvHEY)


«Vai minha tristeza e diz a ela que sem ela
Não pode ser, diz-lhe numa prece
Que ela regresse, porque eu não posso
Mais sofrer. Chega de saudade a realidade
É que sem ela não há paz, não há beleza
É só tristeza e a melancolia
Que não sai de mim, não sai de mim, não sai

Mas se ela voltar, se ela voltar,
Que coisa linda, que coisa louca
Pois há menos peixinhos a nadar no mar
Do que os beijinhos que eu darei
Na sua boca, dentro dos meus braços
Os abraços hão de ser, milhões de abraços
Apertado assim, colado assim, calado assim
Abraços e beijinhos e carinhos sem ter fim
Que é pra acabar com esse negócio de você viver sem mim.
Não quero mais esse negócio de você longe de mim.»

Isto é Lusofonia muito bonita!

Portuguesas e Portugueses:

Ergam bem alto o Nosso grande Valor 
Afastem de Nós esta imensa dor
Calem pelo Nosso Trabalho e Criatividade
A colossal mediocridade
Dos nossos pseudo representantes
Que estão e são tão distantes ...
Passai da palavra ao acto
Como tão bem o realizou Viriato
Afirmai no pequeno grande Portugal
A Nossa Nação Luso-Latina de vocação Universal! 




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